Na segunda-feira (27/04), a Rede CpE realizou sua segunda reunião nacional com a presença de cerca de 50 cientistas de diversas áreas, entre membros e amigos da rede. No encontro, ocorrido na sede de nosso parceiro, o Instituto Ayrton Senna (IAS), em São Paulo, pudemos compartilhar conhecimento e debater resultados de pesquisas ligadas à aprendizagem e ao ensino.

O objetivo da reunião estava alinhado com a nossa missão, de integrar esforços de pesquisadores cujos trabalhos possam ser aplicados à educação. “No Brasil, há muitos grupos com trabalhos que dialogam com a realidade escolar, mas eles estão dispersos entre si e com poucos canais de conexão com as redes públicas de ensino. Em encontros como este desejamos compartilhar resultados de pesquisas e estreitar esse diálogo”, afirmou o fundador da Rede CpE, o neurocientista Roberto Lent (UFRJ).

Presente na reunião, a presidente do IAS, Viviane Senna, destacou a importância da iniciativa. “Estamos muito animados com a possibilidade de iniciar um trabalho em uma rede que significa trazer conhecimentos com base em evidências sobre aquilo que funciona melhor em educação. Sabemos que é com essas parcerias que iremos trazer o ensino brasileiro para o século 21”, defendeu.

Os trabalhos apresentados cobriram diversas facetas do aprendizado e da ciência. O neurocientista e membro da Rede CpE Fernando Louzada (UFPA) apresentou suas pesquisas sobre o sono e seu papel na consolidação de memórias.  O cientista reforçou a importância do “cochilo” nas escolas.

“Por algum tempo, o sono foi visto como uma espécie de ‘abrigo’ contra interferências, um momento para o cérebro fazer uma espécie de ‘limpeza’ no que não interessa, para aprender o que interessa. Mas agora sabemos que o sono também tem um papel ativo no processo de aprendizagem e devia ser considerado pelo sistema de ensino”, disse Louzada. “O educador tem que saber qual a contribuição do sono para cada fase do crescimento, mas as escolas ainda não estão levando em consideração essas informações, nem a necessidade de que até os seis anos é preciso haver condições para a sesta”, defendeu.

O neurocientista Augusto Buchweitz (PUC do Rio Grande do Sul) apresentou seu trabalho com alunos que têm dislexia e marcou a importância de estudar a condição do ponto de vista da neurociência. “Nosso cérebro não é programado para ler naturalmente, precisa de estímulo pela instrução. Quando entendemos as melhores formas de realizar esse estímulo, e apoiamos professores para isso, é possível transpor dificuldades para atingir a velocidade de leitura esperada para cada idade”, afirmou. Segundo ele, já foi possível verificar resultados animadores neste sentido durante a pesquisa que está desenvolvendo em escolas de Porto Alegre, Florianópolis e Natal.

 

No total, nove pesquisadores apresentaram pesquisas na área de ciência para educação.

Confira abaixo as palestras na íntegra:

Deixe um comentário

Seu e-mail não será publicado