VII Encontro acontece de 28 a 30 de novembro, no Museu do Amanhã (RJ)

A Rede Nacional de Ciência para Educação inicia o VII Encontro Anual com grande presença de público, no Museu do Amanhã, Rio de Janeiro. Com mais de 400 inscritos, o primeiro dia do evento inicia as comemorações dos 10 anos da Rede e trouxe um debate importante sobre o direito à educação para todos e os desafios que a realidade desigual, de brasileiros e latino-americanos, impõe às políticas públicas.

O Encontro também inclui o III Simpósio Satélite da Cátedra Unesco de Ciência para Educação, com a participação de pesquisadores nacionais e internacionais. Ricardo Paes de Barros (Insper) destacou as “Consequências da violação do direito à Educação”, demonstrando por meio de dados que a educação gera riqueza e desenvolvimento para o país. Já Sebastian Lipina (CEMIC, Argentina) ressaltou o desafio relacionado às políticas públicas de educação, que precisam considerar a diversidade da realidade, incluindo a questão da pobreza.

Ronice Quadros (UFSC) pautou a discussão sobre inclusão de pessoas surdas e a educação da Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS), trazendo experiências brasileiras de sucesso e representatividade. E, além disso, Juliana Prates Santana (UFBA) contribuiu para o debate trazendo a importância de pensar a interseccionalidade na educação. Considerando o cenário brasileiro e histórico colonial, o racismo estrutural e sistêmico perpassam os dados de educação, que também são atravessados por questões de gênero. Para a pesquisadora, “a escola é peça fundamental no sistema de garantia de direitos”.

Desigualdade social e cognição infantil

A palestra de abertura foi proferida por Julia Hermida, da Universidade de Hurlingham (Argentina), sobre a relação entre nível socioeconômico e a cognição. Para a pesquisadora, tanto a pobreza como a riqueza têm impactos nas funções executivas e no desenvolvimento cerebral. No primeiro caso, as funções executivas ficam prejudicadas; já no segundo, as crianças de alta classe social tendem a ser menos empáticas e sociáveis.

Além disso, a própria desigualdade social pode gerar problemas de saúde mental, a exemplo da depressão, e no funcionamento e na estrutura do cérebro. Mesmo nesse cenário desafiador, Hermida destaca que a educação pode modificar as duas situações – tanto nos casos de pessoas de nível socioeconômico baixo como alto. “No caso da pobreza, um contexto que estimule as funções executiva; no caso da riqueza, a pró-sociabilidade”, finaliza.

Próximas atividades do evento

O evento continua nos dias 29 e 30 de novembro e inclui palestras, oficinas, mesas-redondas, lançamento de livro e até o videocast Educação tem Ciência a ser gravado ao vivo no dia 29 de novembro.  Teremos ainda a apresentação de mais de 160 trabalhos de estudantes de graduação, pós-graduação e professores, que ainda vão concorrer a um prêmio ao fim do evento.

 

 

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