Ciência para educação é o foco do debate para um público de mais de 300 pessoas
O segundo dia do VII Encontro Anual da Rede CpE foi marcado pelo lançamento do livro “10 Anos de Pesquisa na Área de Ciência para Educação”, além do debate sobre ciência para educação em mesas-redondas, apresentações de posteres e até um videocast ao vivo.
“Estamos muito felizes em ter mais de 400 pessoas, entre professores, pesquisadores, gestores para discutir educação e ver como a ciência pode oferecer caminhos e alternativas para melhorar a educação”, destaca Fernando Louzada, um dos organizadores do evento.
Logo pela manhã, pesquisadores da Universidade Federal do Rio de Janeiro apresentaram o Projeto ACELETRA, uma pesquisa translacional em educação. A professora Rosinda Oliveira (PGNET / UFRJ) e o doutorando Lucas Gemal (PGNET / UFRJ) destacaram a importância de se estudar a velocidade da leitura, que se relaciona à fluência na língua e à compreensão. Alguns resultados preliminares do projeto foram destacados e geraram debates com o público, composto por professores majoritariamente.
Nova publicação sobre ciência para educação
Duas sessões do Encontro trataram os capítulos do novo livro, que foi produzido a partir da parceria entre pesquisadores da Rede CpE e professores do ensino básico afiliados, os chamados Amigos da Rede. O capítulo de alfabetização foi apresentado por Mailce Mota (UFSC) e pela amiga Maria Elisa Carvalho, que destacou: “participar da publicação teve muito impacto na minha prática. Hoje, a minha sala de aula tem uma outra configuração, mais inclusiva”.
Marco Randi (UFPR) demonstrou, com atividades práticas e interativas com o público do evento, a importância da atenção para o desenvolvimento de tarefas e como é desafiador manter a atenção ao longo do tempo. “Flutuação de atenção é natural nas pessoas, inclusive nas crianças que estão aprendendo”, ressaltou. No fim da primeira sessão, Rosa Vicari (UFRGS) trouxe um tema que tem gerado muitos debates: os impactos das tecnologias digitais e da inteligência artificial (IA) na educação. Para a pesquisadora, há desdobramentos positivos e negativos do uso dessas tecnologias. Ou seja, há um potencial pedagógico, no sentido de personalização da aprendizagem por exemplo, mas é preciso também refletir sobre o estresse, ansiedade e menor interação social que vem associada ao uso de IA e outras tecnologias digitais.
Na parte da tarde, Felipe Beijamini (UFFS) mostrou a relação entre o corpo e o aprendizado, ressaltando temas como a nutrição adequada, a importância da atividade física e de tempo de sono adequado para crianças e jovens. Já Carla Minervino (UFPB) apresentou o capítulo sobre “Desenvolvimento humano e Educação”, que traz dados e reflexões das áreas da neurociência, psicologia do desenvolvimento e estudos educacionais contemporâneos.
Por fim, Luiz Guilherme Scorzafave (USP) abordou a trajetória (muitas vezes tortuosa) das descobertas científicas até a consolidação em políticas públicas de educação. O pesquisador da Rede CpE lembrou de alguns exemplos de sucesso, a exemplo do Programa de Incentivo Financeiro-Educacional Pé de Meia implantado, recentemente, pelo Governo Federal.
Mulheres na ciência e divulgação científica
Já no fim da tarde, tivemos uma mesa de debate sobre “Meninas e Mulheres na ciência”. A pesquisadora associada Natália Mota (Motrix/ SciGirls/ Rede CpE), a professora Katemari Rosa (Instituto de Física / UFBA) e a amiga da Rede Clésia Nunes da Costa (Potimáticas/ Amigos da Rede CpE) contaram um pouco de suas trajetórias e vivências nas áreas acadêmicas e científicas. As participantes destacaram a importância do acolhimento, escuta e trabalho em equipe para as mulheres enfrentem e superem os desafios de gênero e raça enfrentados no dia a dia.
Em seguida, uma novidade na programação do Encontro: a gravação ao vivo do nosso videocast Educação tem Ciência. Com a participação de Guilherme Brockington (UFABC) e Lucianne Fragel (UFF), a discussão versou sobre os desafios de fazer divulgação científica de forma atraente e gerando engajamento nos dias de hoje. Para encerrar a programação, os nossos Amigos da Rede se apresentaram ao público de cerca de 300 pessoas e convidaram a todos a participar das atividades do grupo.
A programação do evento encerra no dia 30 de novembro, com mais palestras, oficinas e apresentações de trabalho no Museu do Amanhã, Rio de Janeiro.
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