Pesquisadores apresentam diversos pontos de vista em mais um “Diálogo entre Ciência e Educação”

Em setembro, o webinário da Cátedra Unesco de Ciência para Educação trouxe novidades e contou com um público de quase 100 pessoas, tanto de forma virtual como presencial, no Instituto D’Or de Pesquisa e Ensino, no Rio de Janeiro. O evento destacou a importância de se debater o uso da inteligência artificial (IA) na educação, abordando os desafios práticos e diários da sala de aula.

O debate iniciou com a apresentação do pesquisador associado à Rede CpE, Seiji Isotani (USP/Havard), que ressaltou: “estamos menos preparados para o uso da inteligência artificial no Brasil” em comparação a outros países. Isotani apresentou dados de outros países e colocou a reflexão sobre como trazer os benefícios da IA para o contexto brasileiro.

“A gente está muito atrás do ponto de vista da IA. Por isso, é importante repensar como se desenha, implementa e avalia IA na educação no país – já que a transformação digital não é sobre tecnologia, é sobre pessoas”, conta Isotani. Para o pesquisador, já existe uma infraestrutura, mas ela ainda é precária. Por exemplo, professores e estudantes já têm acesso ao celular, mas o acesso à internet não é estável em todo o país, principalmente em áreas mais afastadas.

Uso da IA na prática da sala de aula

Rosa Vicari, pesquisadora da Rede CpE e da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, trouxe uma pouco de sua experiência em um projeto no Piauí, onde a Secretaria de Educação do estado propôs a utilização de IA em turmas do ensino médio.

O projeto visa capacitar mais 400 professores e beneficiar mais de 100 mil estudantes, combinado teoria e prática. “A abordagem enfatiza tanto o ‘pensar com a IA’ quanto o ‘pensar sobre a IA’, destacando as vantagens e os riscos associados à tecnologia. O foco é a IA centrada no ser humano”, resume Vicari.
Para Ig Ilbert Bittencourt, Universidade Federal de Alagoas (Ufal), o grande desafio é: “passar da pesquisa acadêmica para chegar na sala de aula e, quem sabe, nas políticas públicas”. E, para isso, é importante trabalhar com a formação de professores.

Com essa perspectiva, Bittencourt apresentou a Jornada da Equidade, ação do Núcleo de Excelência em Tecnologias Sociais (NEES), da Ufal, do qual também faz parte juntamente com Seiji Isotani. A iniciativa é voltada para ajudar municípios brasileiros de pequeno porte a melhorarem a aprendizagem dos seus estudantes e vencerem outros problemas educacionais.

Para encerrar o debate, Dora Kaufman (PUC-SP) apresentou alguns questionamentos sobre a realidade atual e reflexões sobre o futuro do uso da IA na educação no Brasil. Para ela, decisores, tomadores de decisão ainda não conhecem o tema e por isso há a dificuldade da compreensão.

O webinário pode ser visto na íntegra em nosso canal no Youtube.

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