Mesmo pouco tempo de escola pode melhorar memória para vida toda e reduzir o impacto de doenças do envelhecimento, como a demência
O tempo de escolaridade está relacionado a diversos fatores, como maiores salários, melhor qualidade de vida e desenvolvimento profissional. Além disso, quanto mais tempo uma pessoa se dedica a sua educação, melhor é a sua memória e menor é o impacto de doenças neurodenegerativas associadas ao envelhecimento, como a demência e o Alzheimer. A conclusão é de um estudo brasileiro com participação de pesquisadores da Rede CpE publicado na revista
Frontiers.
A pesquisa analisou a relação entre a memória e o hipocampo de 183 idosos com média de 4 anos de escolaridade (equivalente ao ensino fundamental). O hipocampo é uma das regiões do cérebro responsáveis pela memória e uma das primeiras a serem afetadas pela doença de Alzheimer, a principal causa de demência.
Os pesquisadores usaram técnicas de imagem por ressonância magnética para estudar essa região cerebral e testes cognitivos para avaliar a chamada memória episódica, aquela relacionada a eventos que pessoa viveu e ao que aprendeu. Eles observaram que o tamanho do hipocampo é maior e a memória mais eficiente quanto maior a escolaridade dos participantes.
“Nosso estudo sugere que entre as pessoas que passam mais anos na escola o hipocampo possa funcionar melhor, o que explica o melhor desempenho de memória”, diz a neurologista Elisa Resende, do Hospital da Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), principal autora do estudo.“Especulamos que o estímulo obtido na escola possa permitir o desenvolvimento de mais conexões cerebrais, levando a um hipocampo maior e melhor memória.”
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