Versão em português da ferramenta de aprendizagem, que dá ênfase à consciência fonológica, foi criada por pesquisador da Rede CpE
O Ministério da Educação (MEC) vai implantar no Brasil o Graphogame, um jogo de celular originalmente desenvolvido na Finlândia que ajuda na alfabetização de crianças do ensino básico. A criação da versão brasileira foi liderada pelo nosso pesquisador associado Augusto Buchweitz (PUCRS/InsCer).
O jogo, que será distribuído gratuitamente pelo ministério para crianças de 4 a 9 anos, abrange o desenvolvimento de fundamentos da consciência fonológica (a habilidade de identificar e associar os sons da língua) e o conhecimento alfabético, que envolve reconhecer, escrever letras e identificar seus sons.
“Esses fundamentos são trabalhados em um ambiente de jogo muito divertido e atrativo. A mera exposição a palavras escritas e textos não leva à aprendizagem alguma a não ser que a criança seja, explicita e simultaneamente, ensinada sobre o que são letras e palavras escritas e sua relação com os sons,” diz Buchweitz. “Trata-se de um jogo que ajuda nessa sistematicidade e, portanto, auxilia a desenvolver conhecimento e aquisição de familiaridade com o sistema alfabético.”
A ferramenta é gratuita e não necessita de internet para o uso e visa contribuir para reduzir as dificuldades de ensino e alfabetização de crianças durante o período da pandemia de Covid-19, principalmente àquelas em situação de vulnerabilidade socioeconômica.
“As crianças de classe média e alta têm recursos adicionais e as escolas, prontamente, direcionam essas crianças com dificuldades para o atendimento especializado. Já as famílias mais pobres dificilmente têm opção fora da escola, e como a educação patina na alfabetização, essa criança perde a sua melhor e talvez única oportunidade de aprender a ler”, salienta Buchweitz.
A ferramenta permite ainda que os professores acompanhem o avanço da criança no aprendizado.
Foram investidos R$100,5 mil pelo MEC para a adaptação do jogo, que é fruto de uma parceria internacional entre cientistas finlandeses e universidades parceiras, como a PUCRS. A ferramenta vem sendo utilizada por diversos países, como Estados Unidos, França, Colombia, Argentina e Panamá.
De acordo com dados de 2016 da Avaliação Nacional da Alfabetização (ANA), 54,73% dos estudantes brasileiros que concluem o 3º ano do ensino fundamental apresentaram desempenho insuficiente no exame de proficiência em leitura.
*Com informações da PUCRS/Insper
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