O periódico Prospects, publicação da Unesco voltada para educação, publicou nesta edição um artigo do coordenador da Rede CpE, o neurocientista Roberto Lent (UFRJ), e da pesquisadora associada Fernanda Tovar Moll (IDOR/UFRJ) sobre a relação entre a capacidade do cérebro de se “remodelar”, a chamada neuroplasticidade, e o fenômeno do aprendizado.
No trabalho, os autores explicam a neuroplasticidade e abordam os mecanismos fisiológicos por trás da interação entre cérebros, base do ensino, do aprendizado e da educação.
O artigo parte da ideia de que a educação é um modo socialmente estruturado, recíproco e assimétrico de aprender e de aprender a aprender, que só ocorre graças à neuroplasticidade.
“Neuroplastcidade pode ser definida como a habilidade do cérebro de passar por mudanças temporárias quando influenciado por outros cérebros ou pelo ambiente”, explica o texto. “Isso ocorre simultaneamente em diferentes níveis em todos os animais com sistema nervoso: molecular/celular, dentro de neurônios e glias [outras células cerebrais], dentro de sinapses entre neurônios, a nível de rede e de regiões cerebrais.”
O artigo de revisão destrincha os diferentes níveis envolvidos no processamento do aprendizado pelo cérebro trazendo também resultados de experimentos recentes com aplicação na educação.
“O grande desafio é traduzir os conceitos e as evidências revisadas aqui em práticas educacionais. Esse é um caminho que está apenas começando na neurociência”, aponta o texto.
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