Nos dias 15 e 16 de julho, pesquisadores da Rede Nacional de Ciência para Educação (Rede CpE) visitaram a Escola dos Sonhos, localizada em Bananeiras, no interior da Paraíba. A iniciativa foi promovida pelo professor Márcio Leitão, da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), com o objetivo de aproximar experiências pedagógicas inovadoras do campo científico.

A visita teve início com uma apresentação da diretora Leila Rocha Sarmento Coelho, que detalhou a proposta pedagógica da escola — construída coletivamente, fundamentada em uma perspectiva de educação humanizada, integradora e libertadora, em sintonia com a ciência da aprendizagem. A abordagem dialoga com documentos e diretrizes oficiais, ao mesmo tempo em que propõe uma prática disruptiva e transformadora.

Durante dois dias, os pesquisadores acompanharam o cotidiano dos alunos, que desenvolvem projetos autorais em salas de aula ao ar livre, em meio à natureza da região. A programação incluiu a palestra “Construindo Pontes entre a Ciência e a Sala de Aula – A Experiência da Rede CpE”, ministrada pela professora Janaina Weissheimer, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) e coordenadora da Rede CpE. 

Também foram realizadas oficinas temáticas. A professora Eloisa Pilati, da Universidade de Brasília (UnB), conduziu a atividade “Gramaticoteca na escola”, com jogos e materiais manipuláveis voltados ao ensino da gramática do português. Já o professor Marcus Maia, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), apresentou a oficina “Psicolinguística e Educação”, na qual coletou dados de rastreamento ocular de alunos e professores para ilustrar processos de leitura. A programação incluiu ainda as oficinas “Línguas Indígenas Brasileiras: pensando juntos no chão da aldeia”,  e “Artes sobre Perspectiva e Reperspectivação”, essa última ministrada pela professora Mei Maia, mestranda em Desenvolvimento Social da UFRJ. 

A proposta pedagógica da escola é organizada em três núcleos de aprendizagem – Iniciação, Estruturação e Articulação e valoriza a pedagogia de projetos, a mediação sensível  e a autonomia progressiva, conforme preconizado pela BNCC e pelas Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil e o Ensino Fundamental. “O estudante é reconhecido como sujeito de direitos, portador de histórias, saberes e potencialidades, em constante interação com o meio”, destaca o documento.

Para Weissheimer, a experiência foi reveladora: “Foi interessante conhecer uma proposta bem-sucedida, que foge do modelo tradicional de educação e instiga a repensar paradigmas e ousar em propostas inovadoras, mas apoiadas na ciência”, avaliou a pesquisadora.

A visita reforçou o entendimento de que educar vai além da simples transmissão de conteúdos. Trata-se de proporcionar experiências significativas, que promovam o desenvolvimento integral dos estudantes e fortaleçam sua capacidade crítica, criativa, cooperativa e solidária.

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