Desde outubro, a Rede Nacional de Ciência para Educação atua com o apoio do Serviço Social da Indústria (SESI), entidade da Confederação Nacional da Indústria (CNI) voltada para a Educação. A parceria foi formalmente assinada em uma cerimônia durante o V Encontro Anual da Rede, realizado em novembro no Museu do Amanhã (RJ), e torna-se “mais uma parceria virtuosa que contribuirá para a ampliação da perspectiva de uma Educação associada à Ciência, para maior eficácia e escala das alternativas educacionais no Brasil”, conta Roberto Lent, coordenador da Rede CpE.

Para Paulo Mol, diretor de operações do Serviço, a “parceria é muito importante para o SESI”, destacando que é uma instituição que, desde o seu início, tem uma preocupação com a educação. Hoje, o SESI é a maior rede privada de ensino do país com cerca de 500 escolas, mais de 300 mil alunos e 12 mil docentes e gestores que atuam em todos os estados e no Distrito Federal.

“Nós acreditamos muito na ciência como forma de melhorar os nossos processos de produção, inclusive na educação. Porque o processo de aprendizagem precisa ser estudado. E, o que eu vejo na Rede, é a busca exatamente desse objetivo: estudar o processo de aprendizagem”, enfatiza Mol. Assim, a parceria vem também como uma forma do SESI contribuir com “um time com um propósito muito importante para a construção de uma educação melhor”, completa.

Neurociência e educação – O V Encontro da Rede foi realizado com apoio e participação do SESI, especialmente na palestra “Neurociência e Educação: olhando para o futuro da aprendizagem”, em que Ana Luiza Neiva Amaral (Rede Sesi) e Leonor Bezerra Guerra (NeuroEduca – UFMG) destacaram a necessidade uma educação inovadora para o país pautada em evidências.

“A neurociência nos diz que o cérebro é plástico e está se desenvolvendo a todo momento. E o grande motor desse desenvolvimento é a aprendizagem. É preciso rever nossas estratégias pedagógicas para alinhá-las aos princípios da neurociência. O primeiro passo é fugir do currículo enciclopédico e do excesso de atividades, pois essa “fórmula” vai na direção oposta de tudo que a neurociência preconiza”, aconselha Ana Luiza, especialista do SESI e doutora em educação.

O tema da palestra, na verdade, é o título de um livro assinado pelas pesquisadoras que traz 12 princípios da neurociência relacionados à aprendizagem e 22 tendências que estão reconfigurando a educação no mundo. A publicação foi lançada durante o V Encontro e está disponível para download. O podcast Indústria de A a Z, da CNI, trouxe uma conversa com Ana Luiza, destacando a importância do diálogo entre a pesquisa científica e a sala de aula para o avanço no campo educacional e também trazendo dados do livro.

Para 2023, a parceria com o SESI tem a previsão de articular a recém-aprovada Cátedra Unesco de Ciência para Educação, além de apoiar outras atividades planejadas pela Rede CpE com o objetivo de fortalecer a pesquisa em educação no Brasil. “É uma parceria que já começa com bons resultados e tem tudo para se fortalecer”, finaliza Lent.

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