Trabalhos selecionados são das áreas de psicolinguística e da neuropsicologia.

O impacto da pandemia na educação será investigado em dois projetos de pesquisa aprovados pela Capes que contam com pesquisadores associados à Rede CpE. O edital em questão foi o de seleção emergencial IV, com foco no combate a surtos, endemias, epidemias e pandemias.

A pesquisadora Mailce Mota (UFSC) ganhou nota máxima no trabalho “Impactos da pandemia de COVID-19 na linguagem da criança e do adulto: foco no desenvolvimento e na aprendizagem da leitura”. A iniciativa irá tratar dos impactos da pandemia no desenvolvimento da linguagem oral de crianças e na aprendizagem da leitura por crianças e adultos. Além disso, focará a formação continuada de professores da educação básica, especialmente daqueles que lidam com grupos que estão nas etapas iniciais da aprendizagem da leitura, a fim de auxiliá-los no enfrentamento dos desafios que se apresentaram nos últimos dois anos.

“A proposta tem três eixos principais: o desenvolvimento da linguagem oral da criança, as etapas iniciais da aprendizagem da leitura por crianças e adultos e a formação de professores desses grupos nas regiões em que estão localizadas as instituições dos membros da equipe. Com o apoio da Capes, estes eixos serão abordados a partir da perspectiva psicolinguística”, explica Mota.

A equipe liderada por ela conta com outros 15 pesquisadores, e quatro também são associados à Rede: Augusto Buchweitz (PUCRS), Érica dos Santos Rodrigues (PUC-RIO), Janaina Weissheimer (UFRN) e Raquel Meister Ko Freitag (UFS).

A ciência para educação também é o eixo principal do projeto “Programa de intervenção multiprofissional de redução de danos da pandemia para estudantes, pais e professores: evidências de mapeamento cognitivo, de saúde física e mental, e laboral”, liderado por Rochele Paz Fonseca, uma das coordenadoras da Rede CpE. A iniciativa conta com o Programa de Pós-Graduação de Psicologia da PUCRS, da Escola de Ciências da Saúde e da Vida, como o principal proponente.

Outros três pesquisadores participam da proposta, que envolve, ainda, sete Instituições de Ensino Superior: Universidade Federal de Santa Maria, Universidade Feevale, Santa casa de São Paulo, Universidade Presbiteriana Mackenzie, PUC de Brasília, Universidade Federal da Paraíba e Universidade Federal de Minas Gerais

Serão conduzidos cinco estudos multicêntricos e interdisciplinares de formação de recursos humanos mediadores e multiplicadores.

“O gap da população em diversos desfechos sociais, escolares e laborais entre crianças a adultos de níveis socioeconômicos baixos versus altos já era muito elevado pré-pandemia. Pais e professores tiveram piora de sua saúde mental e física e, consequentemente, de suas estratégias de formação das crianças. Temos algumas perguntas de pesquisa, como, por exemplo, quais são as principais consequências ou mudanças na saúde mental, física, no desenvolvimento cognitivo e socioemocional e na aprendizagem escolar de estudantes, pais e professores?”, detalha Fonseca.

A equipe espera desenvolver sete produtos técnico-científicos e pretende aproveitar os dados para avaliar qual conteúdo pode ser essencial para cartilhas contendo diretrizes de estimulação social e individual no pós-pandemia.

Deixe um comentário

Seu e-mail não será publicado