Três projetos ganhadores do I Prêmio CpE na Sala de Aula foram apresentados durante o terceiro painel do IV Encontro Anual da Rede CpE.

Em anos tão difíceis como 2020 e 2021, é preciso ter professores que fazem a diferença. Em suas próprias localidades e realidades, três educadoras brasileiras tentaram fazer a diferença para professores e estudantes conhecidos. Em plena pandemia, elas colocaram a mão na massa com suas equipes e deram vida a projetos selecionados no I Prêmio CpE na Sala de Aula. As iniciativas foram apresentadas no dia 21 de outubro, durante o terceiro painel do IV Encontro Anual da Rede CpE, “Medidas para mitigar os prejuízos sociais, físicos e mentais de professores e alunos após a pandemia”. O encontro contou com a mediação do neurocientista Sidarta Ribeiro, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte.

Da Escola Municipal Santa Terezinha, em Pernambuco, a professora Fernanda da Motta trouxe o podcast “Santa Escuta”, desenvolvido no âmbito do projeto “Leia Mais”. Realizado pela coordenação da escola, a iniciativa buscou estimular a leitura mesmo durante o ensino remoto. Um dos motivos para criar o podcast foi a tentativa de inclusão de alunos do seguimento Educação de Jovens e Adultos (EJA), já que muitos apresentaram baixa presença após a interrupção das aulas presenciais.

“A comunicação, nesse momento tão difícil, se dava principalmente por meio do áudio com alunos e professores. E lembrando que a EJA tem muitos alunos idosos”, contou da Motta. O primeiro episódio acabou refletindo a profunda transformação social que os alunos estavam vivenciando, trazendo para debate o ensino remoto e o trabalho. “Na valorização de suas narrativas, pudemos, inclusive, trabalhar a autoestima nesse momento pandêmico”, relatou. Assista ao vídeo de Fernanda da Motta abaixo, onde ela conta detalhes sobre essa experiência. O podcast Santa Escuta está disponível no Spotify e no YouTube.

Vínculos de empatia entre crianças e professores

Realizado no início de 2020, o projeto It’s ok to feel your feelings (Tudo bem sentir os seus sentimentos, em português) foi além do mero fato de conhecer quem era quem dentro de sala de aula. Suéller Costa, da Escola Municipal Presidente Getúlio Vargas, em São Paulo, quis saber como as crianças estavam retornando depois de um ano delicado. As pequenas e os pequenos de seis a 11 anos, que estavam sem contato físico há um ano, trabalharam com palavras, sentimentos, afeto e empatia, relatando em quais momentos presenciavam os sentimentos abordados na aula. “Houve relatos emocionantes, de muito luto, e também crianças que falaram o quão difícil era conviver com os irmãos. Foi importante para olhar o aluno além do conteúdo cognitivo, olhando-o além da escola”, afirmou a professora. Acompanhe o trabalho de Suéller Costa em seu vídeo premiado.

No Sul do Brasil, a professora de ciências Thaís Sanches é apaixonada por trabalhar o lúdico e o divertido em sala de aula. Em suas palavras, ela foi mil e uma utilidades durante a pandemia por ter se reinventado para ensinar seus alunos. Visando o diálogo com outros professores e querendo compartilhar suas experiências criativas de ensino, Sanches começou a movimentar sua rede no Instagram @thaisplicando.ciencias, contando como divulgar ciência de forma prática. A audiência foi crescendo e, atualmente, ela conta com mais de 7 mil seguidores.

“A alegria do conhecimento é extremamente importante. Resgatar os nossos alunos é resgatar primeiramente os professores. É dessa forma que planto minhas sementinhas, não só com meus alunos, mas também com educadores de todos os estados brasileiros”, ressaltou.

Para todas as ganhadoras, o fortalecimento em equipe e a troca com outros professores foi um elo importante de cuidado com a saúde mental. “A gente precisa dos professores, precisamos de um ombro amigo, senão a gente desmorona”, opinou Suéller Costa.

O encontro está disponível on-line e pode ser compartilhado por meio do link abaixo.

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