Com palestra de abertura do neurocientista Stanislas Dehaene, iniciamos as atividades do nosso reencontro após dois anos de edições remotas

“Da bancada até o chão da sala de aula”. Esse foi o ponto de partida da fala de Roberto Lent, coordenador da Rede CpE durante este primeiro dia de (re)encontro e que também é um objetivo da Rede como um todo. O evento reúne mais de 400 inscritos entre pesquisadores, professores do ensino básico, estudantes de graduação e pós-graduação no Museu do Amanhã (Rio de Janeiro) nos dias 17, 18 e 19 de novembro.

A palestra de abertura trouxe o tema “Como aprendemos: os quatro pilares da aprendizagem eficiente”, ministrada pelo neurocientista Stanislas Dehaene, professor do Collège de France e diretor da Unidade de Neuroimagem Cognitva do Instituto Nacional de Saúde e Pesquisa Médica da França. O foco da apresentação foi sobre a plasticidade do cérebro sua relação com os pilares da aprendizagem: atenção, engajamento ativo, feedback de erro e consolidação (especialmente durante o sono).

Para Dehaene, intervenções culturais reciclam os circuitos neurais pré-organizados em um processo chamado “reciclagem neural” (neuronal recycling). Talvez por isso seja possível observar que pequenas mudanças nas ligações entre neurônios causam grandes alterações no funcionamento do cérebro.

Alfabetização – Nesse processo, uma atividade se destaca. “Aprender a ler desenvolve, em poucos meses, um circuito especializado para palavras escritas”, conta Dehaene. Além disso, também desenvolve áreas fonológicas e visuais do cérebro.

Essa pluralidade de usos e impactos no cérebro durante a leitura se relaciona a diferentes dificuldades de linguagem. Por isso, o neurocientista fala em “dislexias” no plural, pois são vários os tipos de dificuldades relacionadas à leitura e compreensão da língua.

Para Aline Pereira, participante do evento da sessão Comunique-se, a palestra foi “muito boa! Muitas evidências e coincidências compartilhadas”. A amiga da rede, professora Silvia Celusso, completa: “depois de dias nublados , chuvas e trovões, o Rio hoje amanheceu com um azul lindo que, com certeza, apareceu para iluminar nosso primeiro dia do Congresso. Era o anúncio de grandes encontros, trocas de experiências e alegrias, finalizando com uma bela e importante palestra. Saímos mais unidos no propósito e na força da nossa importância no campo da Educação. E amanhã tem mais!”.

Nos próximos dois dias, o V Encontro continua com palestras, mesas-redondas, debates entre professores e cientistas e atividades de divulgação científica, sempre buscando suscitar reflexões sobre “como a ciência pode ajudar na educação?”.

 

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