Pesquisa publicada no Journal of the National Sleep Foundation aponta melhora na saúde mental e no rendimento de adolescentes que começaram atividades escolares uma hora mais tarde

Adolescentes que pedem aqueles famosos “cinco minutos” a mais de sono antes de ir para a escola já têm outro argumento para convencer os pais: uma pesquisa científica. Um grupo de pesquisadores brasileiros observou que adolescentes do ensino médio, de três escolas particulares diferentes, que acordaram uma hora mais tarde para ir ao colégio obtiveram melhoras nos padrões de sono e humor.

O estudo foi publicado no Journal of the National Sleep Foundation e envolveu 48 estudantes, ao todo. Os pesquisadores acompanharam os adolescentes durante três semanas, em que foram monitorados critérios como duração do sono, sonolência ao chegar e a sair da escola e o perfil emocional, como manifestações de raiva, estresse e sintomas de depressão. Na primeira e terceira semana, os jovens foram à escola no horário normal, às 7h30. Já na segunda, eles puderam dormir um pouco mais e iniciar as atividades escolares às 8h30.

No experimento, os adolescentes não alteraram o seu horário de dormir, mesmo com a possibilidade de acordar mais tarde. Contudo, eles se beneficiaram do maior tempo de sono e ainda houve redução da sonolência durante o dia seguinte. Por isso, “não há mais dúvida de que a gente precisa priorizar oportunidades para os adolescentes dormirem mais”, conta Fernando Louzada, um dos autores da pesquisa e coordenador adjunto da Rede CpE.

Sono e aprendizagem – Um sono de qualidade é essencial para uma vida saudável em qualquer idade. Contudo, há diferentes necessidades de duração de sono ao longo da vida. As crianças, por exemplo, precisam dormir mais que os adolescentes; e este últimos, por sua vez, dormem mais do que os adultos.

É durante o sono que os seres humanos conseguem recuperar as energias e descansar física e mentalmente. Assim, o sono é importante para a memória, capacidade de atenção, resolução de problemas e até para a criatividade. “Se a gente dorme mal, a gente fica menos atento, com mais dificuldade de focar, fica com menor prontidão pra aprender”, destaca Louzada. No caso dos adolescentes, “é legal pensar na importância do sono antes e depois de aprender. Além disso, dormir depois da aprendizagem, é importante para a consolidação das experiências”, finaliza.

Além de Louzada, o artigo é assinado por Laura Araújo (Universidade Federal da Integração Latino-Americana), Sandieli Bianchin (Universidade Federal da Fronteira Sul), Mario Pedrazzoli (Universidade de São Paulo) e Felipe Beijamini (Universidade Federal da Integração Latino-Americana e Universidade Federal da Fronteira Sul).

Veja mais informações sobre a pesquisa em O Globo e Daily Mail.

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